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este blog foi criado para aqueles que cultuam a doutrina do Vale do Amanhecer, e, para aqueles que, simplesmente, querem conhecê-la... sejam bem vindos!

O Templo Puemar do Amanhecer de Pirenópolis - GOIÁS, BRASIL, está de portas abertas, todas as Quartas e Domingos a partir das 19:00hs, para atendimento de pacientes, que precisam de ajuda, dentro do seu merecimento, na humildade e no amor, pela Lei de Nosso Senhor Jesus Cristo - - Lei do Auxílio e da Caridade -- para a cura espiritual. Com a graça de Deus Pai Todo Poderoso, de Pai Seta Branca e do Nosso Ministro Puemar você é, e sempre será bem vindo(a) ao nosso templo

A doutrina do Amanhecer não tem “desenvolvimento a distância” ou “desenvolvimento on line”. Os conhecimentos e técnicas mediúnicas devem ser adquiridos gradativamente conforme a trajetória de cada médium em seu desenvolvimento dentro dos Templos. A pretensão deste blog é apenas disponibilizar aos mestres e ninfas, o acervo doutrinário,  com mais facilidade.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Cigana Mãe Calaça

Ciganos. Espíritos em roupagens ciganas, que tenham ou não encarnado como ciganos, com grau de evolução superior à dos encarnados, os quais trazem proteção e ensinamentos aos médiuns. Atuam no plano etérico em determinados rituais, como o Angical, Alabá e Abatá.
 
Manifestam-se incorporados em poucas oportunidades, geralmente para trazer auxílio. Alguns, tais como Mãe Calaça, Etelvina e Dantora, dialogavam com Tia Neiva em vida, acompanhando-a em suas viagens pelos mundos espirituais. Os Jaguares viveram como ciganos em algumas encarnações.
Passagens marcantes na jornada do Jaguar aconteceram quando encarnaram como bandos de ciganos, na Rússia, na Europa Central e na Andaluzia. Tradições que, pelo charme, até hoje se fazem presentes nas nossas encarnações atuais.
Sem dúvidas, a que mais heranças nos legou foi a dos Katshimoshy, cuja história Tia Neiva nos deixou na obra “A Volta dos Ciganos (e o Efeito das Reencarnações)”, onde relata a divisão da tribo cigana, devido à morte do rei, entre os dois irmãos rivais, na Rússia.
Um grupo ficou no acampamento original, obedecendo a um novo rei, e o outro, que era composto, inclusive, por Tia Neiva e Mãe Calaça, para evitar derramamento de sangue, foi em busca de outro local nas estepes russas.
 
Mas este grupo foi quase que totalmente dizimado por um ataque de lobos ferozes. Mãe Calaça foi morta, mas manteve sua proteção junto a Andaluza, jovem e bela cigana, companheira do rei, com quem teve um filho, Yatan.
 
clip_image002 … Ah, foi horrível. Quando já estávamos ao meio do caminho começava a nevar. De um dia para o outro estávamos no mais terrível oceano de gelo. Como fazer? Os nossos aquecedores ficaram imprestáveis e a caça muito perigosa. Prefiro não descrever os dias de tortura que passamos aprisionados em nossas barracas. Augusto escondia o alimento e nos dava ração. Bastante tempo demorou aquela tortura. Foi até que uma noite fomos surpreendidos por uma forte tormenta. Não tivemos tempo para pensar; o vento soprava arrancando as barracas dos lugares num desastre de dor. Oh! Santo Deus! Sem que pudesse nos fazer ou procurar atender os feridos, famintos animais investiram contra nós. Foi uma verdadeira luta da vida contra a morte. Oh! Virgem Santa! Detrás de uma barrica que havia rolado, fui testemunha ocular daquele triste cenário. Sim, triste, muito triste. As feras lançando-se contra aqueles desafortunados ciganos, não nos dando tempo para qualquer defesa sequer. Eram lobos, lobos! Eu os vi! E após todo aquele terror que eu havia registrado. Oh! Meu Deus! Até agora me parece ouvir os uivos daqueles animais, que fugiram levando suas vítimas na imensidão daquela trágica noite. É verdade, estava eu ali, não havia sonhado. Corri os olhos ao redor, vi que tudo havia sido destruído e que apenas restávamos eu e Augusto. Tudo, tudo acabado. Dizia a cigana como se estivesse vivendo outra vez aquele drama tão triste e até então desconhecido para mim e ao Conde Rafael e sem que pudéssemos impedi-la, continuou:
 
Ah, foi horrível!. E muito rápido, sentia agora uma forte dor de cabeça, quando um grito rouco de alguém que me chamava: Andaluza, Andaluza. Em seguida quis responder mas a voz não me saia, estava petrificada; o único sinal de vida era aquela terrível dor de cabeça e ali talvez tenha adormecido. Acordei com os gritos de Augusto, novamente já não me chamava, mais parecia um louco; corri para perto dele quando tropecei em alguma coisa, abaixei-me para ver, Oh! Meu Deus, era os restos de Calaça, minha querida e protetora. Quantas vezes as chibatadas que Augusto me lançava ela às enfrentava por amor a mim. Estava eu ali, com o meu triste destino, tudo infelizmente era verdadeiro! Não sei quanto tempo passamos abraçados eu e Augusto, com medo de olharmos ao redor. Após algum tempo ele balbuciou. Luza querida, que nos resta a fazer? Esperarmos a nossa vez! Respondi pressentindo novas desgraças. Passamos desgraçadamente dois dias, dentro do carroção que havia ficado de pé. Augusto desesperado, pagava um preço exorbitante de sua perversidade. Nada nos restava se não esperar a triste morte. Odiava Augusto com toda força do meu coração.
 
Já não podia suportar aquela terrível espera, resolvi então matar Augusto e a mim, depois de livre o meu espírito, correr, correr até encontrar a minha querida Calaça. Sim, apalpei o punhal que trazia no seio, Augusto dormia com pesadelos, gemendo e virando-se de vez em quando de um lado para o outro. Será agora, pensei.Empunhando com toda força o meu pequeno punhal. Augusto estava agora calmo, sua camisa desabotoada exibia no seu peito forte medalhão; emblema das saudosas tribos “Kaquiximoche” ; comecei a fita-lo, como se os meus olhos estivessem pregados sobre aquela jóia tradicional dos kaquiximoche, o que estava acontecendo e o que aconteceria quando soubessem do triste final de Augusto e seu povo?-Meu Deus, não ficara ninguém que possa contar esta história, porque eu matarei Augusto, matar-me-ei logo depois e correrei em busca de minha querida Calaça.
 
Augusto parecia que me desafiava respirando profundamente. Levantei o braço decidido a sangrá-lo quando ouvi uma voz familiar:-Luza, minha filha, pelo amor de Deus, como o desespero a fez cruel!. Não tens respeito às relíquias dos profetas “Kaquiximoche”? Não temes os seus encantos? Olha minha filha, bem perto daqui habita pequenos seres selvagens, que bem poderão ser dominados. Tu és loira e bonita e eu te prepararei com os encantos dos kaquiximoche. Augusto não precisa pois já os tem. (Olhei em seu peito reluzia o encantado emblema) disse afinal: Oh quem dera não estar eu delirando!.Calaça continuou: Não estás delirando, aqui estou em espírito e verdade. Não crês nas manifestações dos espíritos? Nas revelações dos profetas? Pois bem, eu te darei uma prova.Desapareceu após dizer tudo isto. E eu como se estivesse sonhando, despertei. Porém sem o mínimo desejo de matar aquele que seria em breve o pai de meu filho. Debrucei sobre o seu peito e chorei por longo tempo.
 
Augusto sem nada desconfiar acordou e começou acariciar-me. Comecei a perceber então eram fenômenos de Calaça, que havia me transformado daquela maneira. Augusto me apertava contra o peito cada vez mais e eu pela primeira vez admiti sem nem uma recusa íntima. Calaça sempre boa a mostrar-nos bons caminhos, apesar de desencarnada, estava ali, ajudando-nos a enfrentar tão terrível destino. Grande culpa de Augusto. Depois deste meu encontro com Calaça, senti uma grande vontade de viver. Certo dia, Augusto decidiu sair por aqueles arredores, deixando-me só na barraca. Ocupei-me dos meus poucos afazeres, quando gritos estranhos me sobressaltaram, e vi pequenos homens selvagens que se arremessavam contra a porta de minha infeliz “casa”, senti neste instante uma força suprema, percorrer todo o meu corpo, como se nada temesse daqueles pequenos seres, abri a porta e na soleira esperei desafiando aquela pequena tribo. Na proporção que eles vinham chegando eu pensei mil coisas, pensava em Calaça, pensava também que já era a minha feliz hora; feliz sim, porque eu a esperava como libertação do meu espírito. Olhei ao longe e vi Augusto que talvez atraído pelos gritos vinha correndo em nossa direção. Mas, os pequenos homens estancaram à minha frente e um deles ordenou que me pegassem e puxaram-me à frente do pequeno grupo. Não reagi, nem tampouco me manifestou desejos de levar algum objeto de minha barraca, ao contrário, desejava esquecer tudo, esquecer o meu passado, mesmo que o meu infeliz destino naquele instante estivesse a gargalhar de mim.
 
Os pequenos homens continuavam com os seus gritos, porém, não me assustavam, não me davam o menor medo sequer e eu olhava Augusto que corria. A sensação de que ele não nos alcançava, dava-me mais paz. Os homens caminhavam quase correndo. Quando já havíamos percorrido um enorme trecho fomos tomados por uma terrível tormenta; o vento nos fazia medo. Desabamentos, vales, tudo queria impedir o nosso caminho, porém os pequenos homens faziam-me ver que eram peritos naquelas zonas tempestuosas. Fui então me cansando da viagem; a minha cabeça rodava, parei e logo em seguida senti que alguém me carregava. Quando me despertei estava recostada numa pequena cama que mal me cabia e muitas mulheres ao meu redor, umas pegavam nos meus cabelos, outras mediam suas mãos com as minhas. Pensei então : devem estar achando-me muito grande; observei que elas ou eles só eram amáveis comigo quando eu sorria Ofereciam-me peixe, pois era sua comida mais fácil. Era também visitada por todos da aldeia. Sim, era um povoado com hábitos selvagens.
 
Oito dias mais ou menos se passaram, quando na entrada da aldeia os pequenos guerreiros anunciavam a chegada de um estrangeiro. Fiquei lívida, só podia ser Augusto, corri para lá e acenei que aquele estrangeiro era meu marido, os homenzinhos deixaram então que entrasse. Foi fácil para Augusto sintonizar com aqueles homens. Augusto contou toda nossa história mentindo a seu regalo; mostrou a toda a tribo o emblema dos reis dos kaquiximoche e eles também nos apresentaram os seus costumes. E seu povo, dizendo-nos serem caçadores lapões, era o nome de sua tribo. Vivemos ali por dois longos anos, mais ou menos. Eles nos adoravam, inclusive o meu filho Yatan que veio a nascer naquela longínqua tribo. Oh! Meu Deus. O fenômeno de Calaça, o grande fenômeno, fez-me feliz depois de tantas desgraças. Partimos dali, eu, Augusto e meu filho. Lindas peles trocamos nos mercados por agasalhos e moedas. Sofremos muito no longo e penoso tráfego até aqui. Uma noite antes de entrarmos nesta província, fui surpreendida novamente por Calaça, sonhei que ela me dizia:-Luza, chegaras amanhã na província de um conde viúvo que te desposara com as leis da Corte, amanhã os primeiros raios do sol anunciarão a primavera para o começo de tua liberdade. Cante exibindo a tua graça. Adeus minha Luza querida. Mesmo em sonho quis puxar a sua saia para impedir que se fosse; qual nada desapareceu diante dos meus olhos. Chorei descompassada mente e logo que o dia amanheceu contei a Augusto o meu triste sonho, sim, e qual não foi a minha surpresa, Augusto sorriu dizendo:- Veja só, se isto fosse verdadeiro eu não sei como agradeceria àquela víbora daquela Calaça, a livrar-me de você, seria um premio e eu não o mereço, por Deus. Oh! Gritei, chega Calaça! não é víbora, minha querida Calaça, vítima de tua ignorante teimosia. Augusto dava gargalhadas que me dava medo. Foi então que nos demos conta da profecia de Calaça.
 
E depois de contar toda a sua história, a bela cigana deu um salto espreguiçando seu esbelto corpo, balançou sua linda cabeça loira e disse: É tudo o que fui e que sou. Rafael levantou-se e segurando-a pela cintura, beijou-lhe a testa. Depois chamou um criado ordenando-lhe que trouxesse o brasão e chegando eu o vi colocar aos pés de sua esposa cigana e qual não foi a nossa surpresa; a cigana segurou aquele rico estojo e depois com os olhos rasos d’água devolveu ao Conde, seu esposo, dizendo que uma cigana não era permitido luxos daquela natureza. Se ela aceitasse estava violando as tradições daquela nobreza. Colheste-me do lodo, amo-te em agradecimento, deste-me a paz e por isto não pretendo enlodar o que de puro encontro nesta nobreza, viverei como uma cigana, respeitando as normas dos “kaquiximoche”, do contrario Calaça não me trará as bênçãos de Deus e disse mais: Calaça sabe tudo. Rafael sorriu, gostando da humildade da cigana, porém eu observei muito o menino com os olhos no estojo, que bem se podia ler seus pensamentos. Depois destes esclarecimentos parecíamos viver melhor, mesmo notando a aproximação dos ciganos nas imediações do castelo, lembro-me também haver tirado o menino muitas vezes do quarto, onde era guardado o brasão. Andaluza já esta calma e até parecia feliz. Se tudo ocorresse normalmente, dentro de três meses daria a luz a uma criança. Rafael muito feliz esperava a chegada do filho que seria seu primogênito. Porém o nosso infeliz destino já estava ligado à inditosa cigana. O tempo corria e o menino cada vez mais ficava pior, mal educado e por muitas vezes desaparecia, sem que ninguém desse notícias, depois chegava contando coisas que não acreditávamos.
 
“9 de junho de 1960 - data inesquecível
 
Caminhava guiada pela grande convicção de que tudo, vindo de meu Pai Seta Branca, estava certo. Com as aspirações mais secretas, indefinida, eu caminhava naquela minha solidão, hoje também distante
 
Sim, caminhava e, para mim, cada dia e cada noite embrenhavam no mais profundo mistério.
9 de junho de 1960... Solidão... Tristeza...
 
Caminhava, quando deparei comigo mesmo. Com profundo desamor, não me preocupei de estar onde estava ou com o que poderia acontecer com o meu corpo, onde estava.
Levantei os olhos. Vi, senti que estava na Terra! Aquelas árvores frondosas me davam medo. Senti estar atravessando um caudaloso rio.
 
Deparei com uma pequena clareira que, não sei porquê, me parecia familiar. Comecei a ouvir vozes e vi, num quase balé, dançando uma linda mulher, vestida de cigana, onde também haviam homens ciganos, vestidos com muito bom gosto, alguns tocando violino.
Uma voz, em harmonia, chegou aos meus ouvidos, como que querendo me amparar: “É uma tenda cigana, é a tua origem e a de todo o teu povo!...”
 
Comecei, então, a raciocinar, o que até então não fizera. Por que tanta solidão? Por que tanto mistério? De que me servirá todo este conhecimento? Não obtive resposta.
E, alheias aos meus sentimentos, aquelas lindas pessoas cantavam e dançavam em sua alegria singular. Comecei a pensar, pensar sem qualquer afirmação, esses pensamentos que a gente pensa sem saber porquê!
 
Eles se amavam - eu via a ternura entre eles. Casais, juntinhos, se acariciavam porém sem um toque de sensualidade.
 
O meu coração se enchia de ternura, algo que até então eu não sentira.
 
A volta foi mais leve, porque comecei a sentir inveja daquela gente!”
 
(Tia Neiva, 6.8.79)
 
Extraído de “Mensagens de Luz”

3 comentários:

  1. De fato, os ciganos eram povos de muita sabedoria transcedental. Tinha em sua cultura, principalmente entre as mulheres, o poder de diagnósticos, com leitura das mãos e leitura da aura das pessoas. Salve o povo cigano.

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  2. Gosto muito deste bogle, ele me traz bons encinamento e esclarecimento, obrigada a todos,,, salve Deus!!!

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  3. Gosto muito do povo cigano, e de tudo que vem deles, os acho um povo muito sabio, eu me sinto muito bem, e como se eu fixesse parte deles,, salve esse povo tao amavel

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