U.E.S.B – GO. 06 de junho de 1960
ERA UMA VIAGEM
Era uma viagem.
Despertei e, ao abrir os olhos achei-me sentada sobre a relva, à sombra de frondosa árvore, onde, evidentemente, havia adormecido.
Comecei a me lembrar que o sol ainda brilhava no poente, quando me dispus a sair do corpo, ou melhor, quando uma força enorme me arrancou do corpo, do meu corpo.
Não tive tempo para analisar o muito que acontecia, quando duas lindas moças chegaram sem nada dizer. Nas suas roupas tinham seus nomes: Marta e Efigênia. Mas, na proporção em que ia me harmonizando ia também me dando conta de onde estava: em outra dimensão que não a minha.
A iluminação era diferente da nossa e um pouco triste, de forma que pensei, “viver aqui seria realmente a morte”.
Neiva – Ouvi alguém dizendo – “A atmosfera material está lhe roubando a paz. O sol diminui a duração da vida. Desde que se levanta até que se põe. O tempo é chamado de presente, passado e futuro; O que agora é presente amanhã será passado e o que agora é futuro amanhã será presente. Aqui, esta dimensão não pertence à categoria do presente, futuro e passado, pertence à categoria da eternidade. Você não deve se preocupar de como alcançar a plataforma da eternidade, mas sim utilizar a consciência desenvolvida como ser humano nas proporções animais, comer, dormir, enfim, dar vazão às coisas da Terra que normalizam o centro nervoso. O homem vive e se alimenta das coisas que Deus criou”. E respondendo a uma pergunta que pairava no meu pensamento respondeu: “O sexo é uma decorrência da criação da natureza dos homens”.
Graças a Deus estou em outro mundo – pensei – e ouço tudo isso... “... sem os falsos preconceitos” – rematou a voz.
Nisto apareceram alguns casais em diversas sintonias, lindos, muito lindos. É-me difícil dizer as coisas que faziam. De repente ouviu-se um som de música clássica, algo conhecido, que encheu de alegria toda aquela paisagem. Alguns dos casais dançavam, outros corriam alcançando seus enamorados. Deduzi: são almas gêmeas de que fala André Luiz. Sabe Deus! Pensava, já sem a explicação da “voz”.
Com tudo isso em minha cabeça, não conseguia sair dali tudo remoendo dentro de mim. A minha categoria é ainda de presente, passado e futuro, enquanto que esse povo, a sua categoria é a eternidade. Será um sonho tudo isso que vejo? Será apenas um sonho?
“Não, disse a voz, não é um sonho, este é o mundo dos Naiades! – Aqui sentimos o aroma da Terra”.
Nisso, uma jovem que estava dançando caiu como se estivesse desmaiada. Exclamei: Meu Deus! Desmaiou!
“São vibrações da Terra, disse a voz, essa moça tem a sua alma gêmea segura em outra dimensão, onde ainda tem reparações a fazer. Temos sete dimensões até chegar ao Canal Vermelho que é o primeiro degrau celestial”.
A música parou e todos foram em socorro da jovem e, pela primeira vez, eu vi fios dourados seguindo naquele horizonte. E agora?
A voz voltou: “O felizardo do outro lado se libertou”.
E para onde irá? - “Para outra dimensão, dando sempre continuidade a sua evolução”.
Pensei: que coincidência! - “Não Neiva! A vida não pára aqui, e este mundo vive a sua própria evolução. Volte para o seu corpo, pois já faz muito tempo que você saiu”.
Voltei e já estava escuro. Alguém me perguntava se eu estava bem.
E, essas viagens se amiudaram...
Com carinho, a Mãe em Cristo.
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