REINO DE DEUS
Falando da origem divina de Jesus, João (III, 13 a 21) relata:
“Porque ninguém subiu aos céus senão aquele que desceu dos céus, ou seja, o Filho do Homem, que está nos céus!
E assim como Moisés, no deserto, levantou a serpente (referindo-se à serpente de bronze que levava a cura àqueles que a olhassem), assim importa que seja exaltado o Filho do Homem, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus amou tanto o mundo que lhe deu seu Filho Unigênito. para que todo o que crê Nele não pereça, mas tenha a vida eterna. Nem Deus enviou Seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas sim para que o mundo seja salvo por Ele! Quem Nele crê, não será condenado; mas o que não crê. já está condenado, porque não crê no nome do Filho Unigênito de Deus.
E esta á a causa da condenação: a Luz veio ao mundo, mas os Homens amaram mais as Trevas do que a Luz, porque eram más as suas obras.
Porquanto, todo aquele que faz o mal, odeia a Luz e a ela não se chega para que não sejam argüidas suas obras. Mas aquele que pratica a Verdade chega-se à Luz, para que suas obras sejam conhecidas, porque são feitas em Deus! “
E mais à frente, o Evangelista relata o encontro de Jesus, já prisioneiro, com o Governador da Judéia, Pôncio Pilatos, que Lhe perguntou se Ele se considerava um rei, tendo Jesus lhe respondido (XVIII, 36 e 37): “O Meu reino não é deste mundo! Se o Meu reino fosse deste mundo é certo que meus ministros iriam pelejar para que Eu não fosse entregue aos judeus. Não é daqui o Meu reino! Disse-lhe então Pilatos: Logo, Tu és rei? Respondeu Jesus: Tu o dizes: Eu sou rei! Para isso nasci, e para isso vim ao mundo: dar o testemunho da Verdade! Todo o que é pela Verdade ouve a Minha voz!”
Jesus ali estabeleceu a diferença entre o verdadeiro REI, vocábulo que significa, em sua origem, aquele de rege, que oriente, da grotesca personalidade detentora de poder temporal e de ambições e luxúria que, pelos historiadores, foi denominada rei de suas nações terrenas.
Como o verdadeiro Rei, Deus enviou seu filho para complementar as leis confiadas a Moisés, estabelecendo o Amor, a Tolerância e a Humildade, assim salvando a Humanidade dos tristes abismos para onde caminhava.
E Jesus, o enviado de Deus, o Rei desse Reino de Deus, veio para reorientar e organizar os seres humanos, estabelecendo, no interior de cada um, seu Reino, com Jesus em seu coração, orientando suas ações, seus pensamentos e suas palavras, inspirando suas atuações e seu comportamento em relação a si mesmo, a seus familiares e àqueles ao seu redor, buscando amar e ser amado, ajudando seus semelhantes, perdoando e construindo, em seu íntimo, momento a momento, o Reino de Deus.
Mas tem sido lento o progresso do Homem no entendimento das palavras de Jesus e isso determinou que muitos espíritos, em sua lenta caminhada, entendessem que este plano material só trás desventuras e, assim, o plexo físico devia ser desprezado e maltratado, e que o progresso espiritual só seria feito pelo sofrimento e dificuldades por que passasse em sua jornada na Terra.
Pelos ensinamentos de Cristo, porém, entendemos que não existe qualquer lógica naquele comportamento, uma vez que Ele nos ensinou que é através da prática do amor, da tolerância e da humildade que podemos alcançar o Reino de Deus, recebendo ajuda e forças para nossas provações na Terra, vivendo com sabedoria nossa jornada neste plano físico.
O Reino de Deus começa pela Evangelização (*), pois Jesus é a Porta para esse Reino. O primeiro passo e encontrar e aceitar Jesus.
Depois, pelo trabalho na Lei do Auxílio, usando o poder do amor para exercitar a caridade, pela obediência à conduta doutrinária, praticando a humildade e tolerância que nos tornam simples, vamos ampliando, dentro de nós, esse poderoso Reino de Deus, que nos faz poderosos instrumentos da Espiritualidade Maior, capazes da realização de grandes fenômenos de cura e de evangelização.
Devemos reconhecer Jesus como o mandatário do Grande Rei, cujo poder do amor e do perdão se expande por todo o Universo, incomparável com esses inúmeros reis que, dentro de poderes limitados e, em sua maioria, escravos das paixões e ambições, quiseram se impor como deuses, fazendo tristes caricaturas de suas individualidades presas de obsessores terríveis, que os levaram à devassidão, à injustiça baseada em paixões, à destruição e à revolta.
Vamos fazer nossa própria revolução, refinando nossos sentimentos e deixando a paz invadir nosso íntimo, buscando a beleza e a harmonia neste mundo físico, para que possamos começar a participar do Reino de Deus.
Fonte: Tumarã
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