A Prisão é um trabalho muito sutil e importante, porque é a libertação de nossas vítimas do passado, de espíritos acrisolados no ódio e na vingança, que têm a oportunidade de, através desse trabalho, se conscientizarem e de renascerem para a Luz, perdoando seus algozes do passado e retomando suas jornadas interrompidas por nossos atos impensados ou com trágicos motivos de violência, luxúria e ambição.
Temos dois tipos de trabalhos de libertação, que se alternam de quinze em quinze dias: Julgamento e Aramê (*), que estão descritos no Livro de Leis, inclusive com suas variações para execução nos Templos do Amanhecer, e contendo a Lei da Libertação Especial.
No Julgamento, o médium do Amanhecer se confronta com uma vítima individualizada, isto é, um espírito de alguém que foi sua vítima em outra encarnação, pelos mais diferentes motivos, mas que se tornou um cobrador pessoal; no Aramê, não há uma ligação individual, mas sim de grupos, já que congrega espíritos de vítimas de ações coletivas, tais como ataques militares, ações opressoras e repressoras, operações mercenárias e de conquista, onde se dizimavam populações inteiras das pequenas cidades, dai não sabermos quem são essas nossas vítimas, mas tendo elas em sua mente a nossa imagem, aquele que foi o seu verdugo e de toda sua família.
No Julgamento nos defrontamos com alguém com quem tivemos um caso de traição, de ódio ou desamor; no Aramê são espíritos cujo único motivo de terem sido destruídos foi estarem em nossos caminhos!...
Para assumir uma Prisão, o médium deve estar bem, pois vai precisar de todo o seu equilíbrio e de toda a sua força para conseguir alcançar o objetivo do trabalho. Pegar os bônus em seu Livro e obter bônus pela participação nos trabalhos da Lei do Auxílio deve ser a preocupação maior.
Não temos, na verdade, qualquer idéia da quantidade de bônus que recolhemos, pois um bônus depende de muitas coisas, do íntimo de cada um, da forma como participa dos trabalhos.
Os Livros de Bônus não devem ser jogados fora e nem reaproveitados em uma outra Prisão. São focos de energia que podem nos ajudar nos momentos difíceis. Caso alguém não os queira guardar, devem ser queimados.
O mesmo deve ser feito com exês, capas e vestidos que fiquem inservíveis.
Nenhuma entidade faz um médium assumir a Prisão. O que acontece é uma sugestão, dada por um Preto Velho num Trono, para que alguém, que se sinta em condições plenas de energia e equilíbrio, assuma, quando lhe convier, uma Prisão, pois a Entidade está vendo um quadro em que isso se faz necessário.
A partir de 2000, em suas eventuais reuniões gerais, o Trino Arakem, com a autoridade de Executivo da Doutrina e, como tal, com sua sensibilidade intuitiva, passou a indicar, entre os médiuns que passam à sua frente, no Radar, aqueles que devem assumir uma Prisão.
Para assumir uma Prisão há que se estar em condições de ajudar àquele irmão que será colocado junto a nós para ver que, hoje, somos diferentes daquele que o jogou naquela triste situação.
Sem prepotência, sem arrogância, sem ódio, temos que estar conscientes de que teremos que agir com todo nosso equilíbrio, harmonia e amor no período da Prisão, para demonstrar àquela nossa vítima do passado que hoje somos diferentes.
No nosso coração vibra o Amor, quebramos nossas armas, nos despimos de nosso orgulho, de nossa vaidade, e ali estamos, com humildade, colhendo os bônus-horas para nossa libertação.
Devemos estar alertas, pois a presença do cobrador (ou cobradores) junto a nós modifica nossa sintonia mental, nosso padrão vibratório, podendo nos causar mal-estar e até mesmo dores físicas e alta sensibilidade, tentando nos levar à irritação e à desarmonia.
Por isso devemos evitar a Prisão quando estamos atravessando fases difíceis, quando enfraquecidos por algum mal físico ou vibracional, pois já estaremos prejudicados na essência do trabalho, que é a recuperação de nosso cobrador.
Este precisa saber que não somos mais aquele que o desgraçou. Ele vai saber disso pela nossa harmonia, pela nossa dedicação na Lei do Auxílio, pela vibração do nosso amor, e, especialmente, pela nossa reação àquelas situações em que ele nos colocar. Temos que fazê-lo perceber e acreditar em nossa mudança.
Ele terá que ter certeza de que esta mão que hoje lhe estendemos é a mão de um irmão amoroso que o quer trazer para a Luz, e não é mais aquela mão de alguém dominado pela paixão, pela vaidade, pela ambição, a mão armada que tirou sua vida e cortou seus sonhos, sua esperança, instrumento de um coração sem amor!
Pela seriedade e pela grandeza, o trabalho de Prisão deve ser assumido com muita consciência, amor e humildade. Senão, o que pode acontecer a quem se deixa levar pelo desequilíbrio, pela desarmonia, é aumentar o ódio daquele cobrador, desapontado com mais uma oportunidade perdida, por ver que aquele seu algoz em nada mudou, e que retorna à condição de cobrador com maior intensidade, sem se ter libertado no Julgamento ou no Aramê, onde se fazem presentes a representante de Koatay 108 e a da Condessa Natharry, a testemunha de todos os tempos, que representa o Espírito da Justiça, e se veste toda de preto porque é uma verdadeira projeção de Chapanã, o Cavaleiro da Lança Negra, que aplica a Justiça Divina na Terra.
Fonte: Tumarã
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