O MUNDO E AS DIMENSÕES
O Universo é um todo contínuo e em perpétuo movimento. Ele é concebido pelo Homem conforme o conjunto instrumental aplicado na observação: sentidos físicos, psicológicos ou espirituais.
A imagem resultante varia conforme o indivíduo e seu dimensionamento. Existe, pois, um Universo físico, um psicológico e outro espiritual. Visto pelos sentidos, ainda que ampliado pelos instrumentos, ele se apresenta composto de corpos celestes e fenômenos conhecidos, relativamente, até onde alcança esse tipo de verificação. Visto pela psique, em termos interpretativos e de abstração, é intuído, deduzido ou induzido. Forma-se, assim, um pensamento, ou interpretação, que varia com o tempo e as circunstâncias.
Já a interpretação espiritual do Universo é feita pelo sentido religioso, uma percepção indefinida de fatos que escapam à racionalização, tanto física como psicológica. Classifica-se, pois, de mundo espiritual tudo o que escapa ao sistema indutivo ou dedutivo.
Cada um dos planos ou universos se caracteriza por faixas vibratórias, movimentos, cujos limites são perceptíveis. Isso pode ser verificado na experiência quotidiana de qualquer ser humano. O Homem pode saber qual o estímulo que ocupa seu campo consciencional, a cada momento, bastando para isso o senso comum de observação.
Existem uma dimensão física, uma psicológica e outra espiritual. As três coexistem simultâneas e ocupam espaços de acordo com o seu grau de vibratilidade. A vibração de cada um determina a organização das partículas componentes.
Assim, o mundo físico tem uma organização molecular de densidade variável, mas de limites definidos, caracterizados na estequiometria dos corpos simples. O mundo psicológico movimenta corpúsculos que se caracterizam na sua organização pela extremada velocidade. A percepção desses movimentos exige receptores de alta gama vibratória. Sua ação se traduz pelo som, pelo calor e pela luz em suas múltiplas manifestações, que escapam aos sentidos comuns, mas cuja existência é incontestável.
A organização do mundo espiritual, embora situada em termos corpusculares, é de difícil conceituação, pois sua movimentação escapa completamente à sensibilidade sensorial. Sua percepção é feita por processos que, embora verificáveis nos efeitos, são imponderáveis na estrutura e na mecânica.
O campo consciencional – a sede dessas percepções, é chamado o eu, uma abstração definida, uma quarta dimensão nitidamente separada das outras três.
Eu sinto o meu corpo, percebo a minha psique e sou obrigado a admitir a presença do meu espírito – simultaneamente. Mas, sou sempre o eu, algo separado do meu corpo, da minha alma e do meu espírito, pois registro todos eles.
A RELAÇÃO INTERDIMENSIONAL
Na continuidade universal, o mais vibrátil de um plano se liga ao menos vibrátil de outro plano. Forma-se, assim, um campo neutro, uma zona intermediária que possibilita a homogeneização, a comunicação de um plano para outro. Podemos fazer uma analogia: uma pedra jogada para o alto ao perder o impulso, começa a cair. No momento intermediário, quando pára de subir e começa a cair, ela é regida por força diferente das duas outras: a que a fez subir e a que faz cair.
Existe, pois, uma lei, um regime que governa as relações entre as diferentes dimensões, algo entre dois planos. Esse algo é um “meio”, ou usando a expressão latina, um medium. Essa a origem do neologismo brasileiro médium.
Toda ação no Universo é feita por algo intermediário e isso pode ser facilmente observado pelo senso comum. Quanto mais complexo é o organismo, maior é sua ação intermediária. O Homem, o ser humano, é um médium por excelência. Ele recebe energias e as transforma, adequando-as a cada setor do universo que o cerca. Ele é mais importante por ser portador de um espírito, um espírito para cada conjunto psicofísico. Por isso, ele é diferenciado dos outros seres. Os outros, qualquer que seja sua natureza, são portadores apenas de corpos e psiques ou almas, o princípio organizador e mantenedor da vida. A alma é maior ou menor, segundo a complexidade do organismo que anima. Ela mantém vivo, dá a vida, dirige o organismo em suas relações com o meio. Esse meio é limitado – tem um sentido horizontal; não cria, apenas transforma. Só o espírito traz uma finalidade, um rumo, um objetivo. Só ele tem um sentido vertical, mais amplo, ilimitado em relação à natureza.
O momento, isto é, o ato de fazer um contato entre dois campos vibracionais, dois planos, é que estabelece a individualidade. Ele diferencia o estado intermediário, o campo de encontro, porque esse momento não pertence nem a um nem a outro dos planos que se encontram.
Esse ponto morto de dois campos gravitacionais é semelhante ao conceito de morte – a passagem de um plano para outro. Talvez, seja a isso que Jesus se referia, quando disse que “é preciso morrer para ter a vida”, isto é, nascer de novo. Sem a exaustão do percurso de um campo vibratório não se pode penetrar em outro campo, noutra dimensão.
Esse é o sentido profundo, mas exato, verificável, de fácil percepção das relações interplanos.
Continua… DEFINIÇÃO DE MÉDIUM
Fonte: No Limiar do Terceiro Milênio
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