Todos nós, salvo raras exceções, como por exemplo dos espíritos missionários que, às vezes, encarnam neste planeta para auxiliar no desenvolvimento da humanidade ou para auxiliar no resgate de um ser amado e querido, a maioria se encontra aqui neste mundo em função de nossos reajustes kármicos, em função de espíritos a quem, de alguma forma, prejudicamos no nosso passado transcendental.
Esses espíritos tanto podem tanto encontraram-se no plano espiritual (etérico), na forma de obsessores, em nossos próprios corpos, transubstanciados em elítrios; ou então encarnados, em nossa família, em nossos trabalhos ou em outro lugar esperando a oportunidade do encontro para o "acerto de contas", ou melhor, para o reajuste final.
A esse compromisso transcendental, que representa a lei de ação e reação, afirmamos ser o nosso carma. Palavra essa originária da raiz hindu, ou indiana. É através do carma que sofremos os desajustes de nossa vida, ou seja, que surgem os conflitos, a dor e o sofrimento e que muito vezes não temos compreensão a razão de tal sofrimento. Nem a ciência, nem a filosofia não podem explicar. Somente uma doutrina, como a do Amanhecer poderá elucidar e explicar. Essas dores e sofrimentos são causados pela vibração de nossos cobradores, consciente ou inconscientemente.
Todavia, o karma, ao contrário que muitos possam pensar, não é algo estático. Ele pode ser transformado de uma maneira que possamos passar pela vida e não sentir tanto os seus efeitos danosos, o seu peso em nossa existência, podendo inclusive ser extinto.
Ligado ao carma, acha-se intimamente relacionada a energia ectoplasmática, que é produzida em nossa corrente sanguínea, a qual favorece o aparecimento de sintomas mediúnicos. Essa energia, quando não detectada a tempo, ou bem diagnosticada, poderá acarretar diversos distúrbios físicos e psíquicos nas pessoas, principalmente aquelas de cunho psiquiátrico. Enquanto não atingir o sistema nervoso, o aparelho físico ela poderá se equilibrada sem sequelas.
Segundo Mário Sassi, em Sob os Olhos da Clarividente, nós nascemos com uma quantidade de energia chamada "charme", que é proporcional a nossa cobrança. Pelo desenvolvimento mediúnico essa energia ou ectoplasma será refinado, e os cobradores a medida que dele forem se servindo, vão se afastando, na medida que tiverem aquilo que julgam ter direito em termos energéticos.
Dessa forma a pessoa atravessa a sua faixa kármica com relativa tranquilidade. Se não trabalhamos essa energia fica concentrada, puxando os cobradores para perto, de forma que sugarão até os últimos momentos de nossa vida, caso não haja uma intervenção doutrinária. Acontece que, às vezes, o organismo, o sistema nervoso já está tão deteriorado que pouco resta-se a fazer.
Nem todas as pessoas têm necessidade de se integrarem a uma doutrina espiritual. Umas urgem que entrem imediatamente; outras irão precisar de muita integração; e outras mais jamais irão precisar entrar para um trabalho mediúnico. Somente aquelas que trazem em sua trajetória kármica previsão de acontecimentos pesados. O trabalho rotineiro emitirá o ectoplasma necessário suficiente pra pagar os seus cobradores.
É tudo uma questão de troca de energia.
Os médiuns que queixam de suas dificuldades, apesar do constante trabalho mediúnico, deve pensar o que seria de suas vidas se não houvessem se entregados à Lei do Auxílio, talvez estivesse numa situação desesperadora, numa cadeira de rodas, numa prisão, com uma doença incurável, com problemas familiares insolúveis.
Ainda usando as palavras de Mário Sassi, no mesmo livro citado, ao reproduzir o ensinamento de Tia Neiva, ele ensina: "Na verdade, o karma, esse efeito de uma causa anterior, pode ser modificado, recartilhado, como dizem os espíritos, e até mesmo evitado. No fundo, é uma questão de compensação energética que tem que se feita, energia a ser devolvida. A vantagem é que pode ser feita sem dor, sem sofrimento".
Pela mediunidade entramos em sintonia com o transcendental, com a manifestação kármica, mas também permite o contato do transcendental, tornando possível fazer-se a compensação energética pela prática mediúnica, evitando-se as tragédias kármicas.
Cristo ensinou: busquem o meu julgo que é leve. Logo é preferível viver sob um sistema Crístico, sob uma doutrina cristã, na lei do auxílio, curando e sendo curado, do que entregue ao julgo do mundo que é cruel e implacável. Assim, temos a oportunidade de ter uma passagem pela vida de uma forma mais ou menos indolor, na constância de uma doutrina evangélica. Os reajustes, de um jeito ou de outro, virão, mas a dor e o sofrimento, necessariamente, não precisam vir.
Por Roberto Roque - O Exílio do Jaguar
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