João Cobú mais conhecido por Pai João de Aruanda: Alfred Russel identificava-se como um médico norte-americano, que havia vivido nas colônias do sul, ainda no período da escravatura.
Dr. Alfred Russel, fora um homem de muitas posses, e senhor de escravos. De volta à pátria espiritual, pediu para reencarnar como negro.
A pele escura dar-lhe-ia a oportunidade de se redimir perante a própria consciência – experimentaria a escravidão do outro lado da chibata.
Aportou ao Brasil por volta de 1753, vindo de Luanda, sua terra natal. Nos coqueirais pernambucanos pôde refazer escolhas do passado e, privado da liberdade e do acesso à instrução que tivera, conheceu de perto a “mestra” dor.
Ainda hoje Pai João de Aruanda reflete a respeito do sofrimento:
“A dor é um instrumento de Deus muito mais eficiente que Pai João. Quando nego não consegue trazer um filho para os braços de Deus, então vem a professora dor, que é infalível. Ela sempre traz os filhos de volta para os caminhos do Pai”.
Mesmo o negro mais viril não costumava durar muito na lavoura de cana-de-açúcar, todavia viveu mais de 50 anos. Deixou dois filhos, que introduzira no conhecimento do poder terapêutico das erva.
Após curta permanência no plano extra físico, reencarna na Bahia de Todos os Santos em 1828.
Espírito redimido, que soube extrair da dor e da privação as lições necessárias, João Cobú, escolheria novamente a pele negra como forma de aprendizagem, sob o impacto da chibata, acabaria por viver experiências que lhe fortaleceram definitivamente o carácter.
Nesta experiência física, havia conquistado o respeito dos seus, desde a maturidade; como ancião, tornou-se conhecido nas redondezas, reverenciado pelos seus conhecimentos fito terapêuticos. Em contato com os cultos afro-brasileiros da nação Ketu, ampliou a sua habilidade no manejo das ervas e da magia, das quais extraiu todo o potencial curativo.
Trabalhou em favor da comunidade, relembrando o seu passado na medicina, e assim revestiu-se de profunda autonomia moral.
Desencarnou no ano de 1900, vitima de febre-amarela, após perlongado periodo de convalescença, com 72 anos de idade.
Apresenta-se a visão espiritual como um homem negro de aproximadamente 60 anos de idade, envolvido numa aura suave, com tonalidades que vão desde o rosa ao lilás.
Barbas e cabelo absolutamente alvos contornam-lhe a face, em geral marcada por um largo sorriso. A sua figura é ao mesmo tempo imponente e singela. Costuma vestir um terno, muito bem alinhado, acompanhado de dois acessórios: o crucifixo, que simboliza tanto o sofrimento passado, como a ascensão espiritual, e a bengala, qual dá o sugestivo nome de caridade, que representa a autoridade moral e a experiência do ancião.
Como espirito protetor, as suas advertências e os seus conselhos sempre se mostraram sábios. A simplicidade das palavras por ele utilizadas foi aos poucos ganhando o respeito e a admiração de todos.
A coerência dos seus ensinamentos serviu para aumentar a nossa confiança na Espiritualidade.
“Filho de Pai João, balança mas não cai, mas se cair, este preto-velho, já está no chão há muito tempo para amparar e amortecer a queda.”
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