Até cerca de 70 anos atrás, as poucas informações disponíveis sobre os essênios estavam contidas em passagens dos filósofos Fílon de Alexandria e Flávio Josefo.
Esse cenário modificou-se radicalmente com a descoberta de uma antiga biblioteca enterrada nas margens do Mar Morto em 1947.
Centenas de documentos, que pertenciam aos essênios, foram encontrados em um bom estado de conservação nas cavernas de Qumran e acenderam o interesse sobre a história e filosofia desse misterioso grupo.
Desde então, várias conexões foram encontradas ligando Jesus Cristo e seus familiares aos essênios. Nesse artigo, vamos mostrar uma história bem diferente daquela narrada pela Igreja sobre a vida Dele.
Origem e Características
Os essênios podem ser conceituados como um rigoroso grupo judaico, formado a partir da união de várias escolas místicas do Antigo Egito, que teve sua origem por volta do ano 400 a.C.
Eles condenavam abertamente a escravidão e o uso de servos, pois consideravam o trabalho físico uma forma de comunhão saudável do homem com o divino.
Eram agricultores e viviam nas proximidades da terra que lhe fornecia a subsistência. Adeptos do vegetarianismo, não admitiam a matança de animais para fins alimentares ou sacrificiais.
Por não concordarem com a maneira na qual os homens da época viviam, os essênios decidiram se afastar das áreas urbanas e passaram a viver em regiões inóspitas nas margens do Mar Morto e em desertos espalhados pela Síria e no norte da África.
Os essênios viviam uma vida pautada na humildade, na meditação, no estudo e na contemplação do divino. Os mestres mais avançados eram ascetas, isto é, refreavam calorosamente qualquer tipo de prazer mundano.
Eles pregavam o amor ao próximo como dever principal e o objetivo primordial de cada ser humano era a religação com Deus através da purificação completa do corpo material.
Membros e Documentos
Apesar de ser considerado um grupo judaico, os essênios mantinham as portas abertas para todos aqueles que desejassem fazer parte da comunidade e buscar o conhecimento sagrado, sem importar o sexo, a cor ou a crença.
Porém, assim como em muitas ordens secretas, o aspirante deveria passar por três anos de treinamento, onde era obrigado a fazer determinados votos e adquiria maior controle de suas atitudes, reações e pensamentos.
Para se juntar ao grupo, também era necessário abrir mão de todos os bens materiais. O patrimônio do aspirante passaria a fazer parte do apurado geral de todos os membros da comunidade.
Flávio Josefo escreveu sobre esse assunto:
“Desprezam a riqueza, e é admirável o seu sentido de comunidade. Também não se encontra ninguém entre eles que se destaquem pelas posses; pois há uma lei pela qual os que ingressam na seita transferem seu patrimônio à ordem, de modo que… após a reunião dos bens dos particulares, só há um patrimônio para todos como irmãos”. (Bell. II, 122)
Eles recusavam participar de transações comerciais. Dedicavam-se inteiramente ao estudo e a produção de documentos, tanto cópias de obras já existentes, como na criação de novas obras.
Reencarnação e o Silêncio
Uma das diferenças críticas entre os essênios e os outros grupos judaicos da época está no conhecimento acerca da imortalidade do espírito, do karma e da reencarnação. Eles entendiam que a alma imortal está unida ao corpo material numa espécie de prisão e, após a morte, ela pode experimentar a alegria completa da Vida.
É bastante provável que durante os séculos de existência, os essênios tenham tido contado com missionários budistas que se espalharam pela Grécia, Egito e Judeia. Também é possível observar pontos de contato com os Pitagóricos, devido ao profundo estudo realizado sobre astrologia e numerologia.
Uma das várias tarefas que os aspirantes deveriam passar antes de serem aceitos como membros legítimos consistia na capacidade de escolher as palavras faladas com cautela e sabedoria. Palavras inúteis eram desaconselhadas e consideradas uma forma de atraso na purificação, pois os essênios entendiam que o som era o condutor e a expressão do Verbo.
Da mesma forma que nos grupos herméticos e nas sociedades secretas, os essênios exigiam dos seus membros o voto de silêncio acerca dos conhecimentos obtidos. A quebra desse voto resultaria em expulsão imediata.
Cura Espiritual
Apesar de viverem isolados da agitação encontrada nas cidades, os essênios eram figuras bastante conhecidas pelas suas habilidades de cura espiritual.
Para eles, o corpo material do homem era regido por energias de teores vibratórios variados. Assim sendo, a cura de muitas doenças se tornava possível através da recomposição dessas energias, que era feita principalmente pela imposição de mãos.
As doenças não seriam nada mais do que variações energéticas que determinam alterações físicas no corpo humano. Qualquer semelhança com os passes aplicados nos centros espíritas não é mera coincidência. Além dessa habilidade, eles eram especialistas na utilização de ervas medicinais cujas capacidades curativas ainda eram desconhecidas por grande parte da população.
Em razão desses fatos, os essênios ficaram conhecidos pela população da época com a alcunha de “terapeutas”.
Jesus foi um Essênio?
Atualmente, existem duas fortes teorias sobre a participação de Jesus Cristo na comunidade dos essênios.
A primeira relata que os seus pais, Maria e José, passaram por processos de iniciação nos Mistérios dos essênios.
Maria teria sido preparada desde a mais tenra idade para ser capaz de conceber o filho de Deus e teria dado à luz a Jesus em uma caverna sagrada na comunidade de Qumran.
Após o nascimento, Jesus teria permanecido a maior parte dos seus anos de juventude entre os essênios, onde teria recebido a preparação para a grande missão que viria a abraçar.
Jesus teria sido educado através de uma rígida disciplina de purificação espiritual, aprofundando-se nos segredos da Natureza e aperfeiçoando, em um nível nunca antes visto, a capacidade de realizar curas espirituais.
Para assumir o papel que lhe foi destinado, Ele precisou dominar completamente os sentidos materiais para desenvolver a potência máxima das suas habilidades espirituais.
Outra teoria afirma que Jesus após passar uma parte da infância estudando entre os essênios, teria empreendido viagem mundo afora, expandindo seu conhecimento no Egito, Índia, Pérsia, Tibete, Gália, entre outros países.
Segundo Marcelo DelDebbio:
“Jesus nasceu no dia 6 de janeiro de 7 a.C., essênio, filho de um dos Mestres mais importantes de sua comunidade e de uma das mais sagradas sacerdotisas das Religiões Antigas. Nasceu em uma caverna em Qumran, considerada o Templo mais sagrado dos Essênios.”
Conexões entre Jesus e os Essênios
Devido ao voto de silêncio, os essênios se tornaram os primeiros a transmitirem conhecimentos ocultos e profundos através de parábolas e alegorias. Jesus fez uso dessa técnica durante toda a sua encarnação aqui na Terra.
Jesus também dizia que certos conhecimentos não deveriam ser transmitidos para toda a massa populacional:
“Não dêem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos; caso contrário, estes as pisarão e, aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão”. Mateus 7:6
No que diz respeito ao vestuário, um dos costumes básicos dos essênios era a utilização de uma túnica branca. Jesus também utilizava essa vestimenta, tratava enfermos e praticava curas espirituais através da imposição de mãos.
Outro ponto muito forte de conexão entre Jesus e os essênios está na importância simbólica da divisão do alimento entre os irmãos. Uma das cenas mais conhecidas da bíblia é a partilha do alimento feita por Jesus para seus discípulos durante a última ceia.
Esse ritual não era novidade alguma para os essênios. Inclusive, um aspirante só passava a ser considerado um membro efetivo do grupo quando se tornava apto a compartilhar a refeição na mesa com os outros irmãos.
Os essênios consideravam a imersão do corpo na água limpa, como forma de purificação do coração através da lavagem esotérica da alma.
Muitos autores afirmam que João Batista também passou por um longo período de estudo entre os essênios. Eles tinham um profundo conhecimento das propriedades da água e o batismo era um dos mais importantes rituais de iniciação.
Conclusão
Um dos fatores mais claros da ligação de Jesus com os essênios pode ser entendido pela ausência de referências ao grupo na bíblia.
No Novo Testamento, encontramos diversas passagens onde Jesus ataca os outros grupos judaicos da época: fariseus, saduceus, zelotes e herodianos. Porém, não é possível encontrar sequer uma passagem acerca dos essênios tanto nas palavras de Jesus como na dos seus apóstolos.
Por que um grupo tão profundamente conectado com os ensinamentos de Jesus não foi mencionado uma vez sequer na bíblia? Tire suas próprias conclusões
Fonte: Facebook - Dharman Oxinto
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