Na sociedade moderna somos envolvidos por um conjunto de conforto e materialismo que, na maioria dos casos, nos posiciona em uma situação de ignorância altamente prejudicial à nossa marcha evolutiva. Destacamos, como as principais:
a) ignoramos Deus, por não nos dedicarmos a entender nossa existência nem as leis que nos regem neste Universo;
b) ignoramos nós mesmos, por não nos aprofundarmos no exame das questões existenciais, de quem somos, de onde viemos, o que devemos fazer e para onde vamos;
c) ignoramos nosso próximo, por não sabermos nossas implicações cármicas e transcendentais com aqueles que são colocados ao nosso lado;
d) ignoramos os elevados sentimentos sociais da coletividade, não exercendo nossa cidadania e não sabendo formar uma razoável escala de valores; e
e) ignoramos nossa mediunidade, não a desenvolvendo ou não a direcionando positivamente.
Como solução para essa situação de ignorantes, temos a Evangelização, que nos mostra o caminho da Nova Estrada.
Nossa Doutrina é uma Escola de Jesus, do Cristo Caminheiro, vivo e ativo, nos ensinando a agir com Amor, Tolerância e Humildade. Estas as três colunas que nos sustentam, nos ensinam e nos aperfeiçoam, bases primordiais do nosso templo interior.
Quando aceitamos Jesus em nosso ser, no íntimo de nosso coração, por tudo que nos foi revelado pelos Evangelhos (*) e pela nossa vivência espiritual, e passamos a viver de acordo com Ele, podemos dizer que fomos evangelizados e teremos, então, uma bela jornada para percorrer.
Mas, não podemos ser egoístas, guardar Jesus só para nós mesmos. É preciso levar Jesus ao coração de outros irmãos, isto é, fazer a evangelização de forma intensa e ininterrupta, para que os fortes alicerces se formem para serem erigidos novos templos interiores.
Evangelizar é apresentar Jesus, o Caminheiro, de forma viva, fascinante, bonita e testemunhal, de modo a fazer nascer, em quem nos ouve, a vontade de conhecer melhor Jesus! Faz-se necessário apresentar Jesus e Suas obras de forma simples e emocionante, para que possam os nossos irmãos sentirem a grandeza de que se reveste a missão de Jesus na Terra, sentindo Seus passos e Suas palavras tão plenos de uma Amor radiante, de forma que sinta, cada um, o imenso Amor de Jesus e, assim, passe a amá-lo também.
Evangelizar é fazer Jesus acontecer na vida de outro irmão, provocar esse encontro de tal forma que se torne um acontecimento marcante para aquele espírito, modificando-lhe a vivência, pelo novo sentido que terão seus pensamentos, seus atos e suas reações, suas palavras e suas atitudes.
Paulo de Tarso, grande perseguidor dos cristãos, teve sua evangelização na estrada de Damasco, quando se encontrou com Jesus e obteve a graça da Sua revelação, tornando-se um dos maiores evangelizadores da nossa história. Na sua I Carta aos Coríntios (IX, 16 a 18), escreveu: “Porquanto, se prego o Evangelho, não tenho de que me gloriar, pois esta obrigação me é imposta. E ai de mim se não evangelizar! Pelo que, se o faço de boa vontade, terei o prêmio. E se por força, é porque o ofício de despenseiro me foi confiado. Qual é, portanto, a minha recompensa? Que pregando o Evangelho, anuncie gratuitamente o Evangelho, para não abusar do meu direito no Evangelho.”
Segundo João (X, 9), Jesus disse: “Eu sou a porta!” referindo-se ao Reino de Deus (*). E essa Porta é a que todos buscamos para a Nova Estrada, para a felicidade da realização de nosso espírito.
Por isso não temos a idéia de Jesus crucificado e morto, mas sim a de Jesus, o Caminheiro, ressuscitado e vivo, nos amando e amparando, acolhido com todo nosso amor, em nosso coração.
Pode um pessoa ter muito conhecimento dos Evangelhos, de História das Religiões, de teorias teológicas, mas não ser evangelizada, pois seus conhecimentos sobre Jesus repousam somente em seu intelecto, em sua cabeça. Para ser evangelizada, a pessoa tem que ter Jesus vivo no coração, independentemente de seu intelecto, de sua sabedoria ou de sua inteligência.
Basta ter sensibilidade e amor! O próprio Jesus foi evangelizador, como se pode ver em muitas passagens dos Evangelhos, quando ele se apresentava como o Messias, Filho de Deus, o Cristo que, conforme prometido e profetizado pelos antigos, seria o Salvador da Humanidade, e fazia grandes fenômenos para comprovar Sua origem divina.
João (III, 13 a 21) relata: “Porque ninguém subiu aos céus senão aquele que desceu dos céus, ou seja, o Filho do Homem, que está nos céus! E assim como Moisés, no deserto, levantou a serpente (referindo-se à serpente de bronze que levava a cura àqueles que a olhassem), assim importa que seja exaltado o Filho do Homem, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus amou tanto o mundo que lhe deu seu Filho Unigênito. para que todo o que crê Nele não pereça, mas tenha a vida eterna. Nem Deus enviou Seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas sim para que o mundo seja salvo por Ele! Quem Nele crê, não será condenado; mas o que não crê. já está condenado, porque não crê no nome do Filho Unigênito de Deus. E esta á a causa da condenação: a Luz veio ao mundo, mas os Homens amaram mais as Trevas do que a Luz, porque eram más as suas obras. Porquanto, todo aquele que faz o mal, odeia a Luz e a ela não se chega para que não sejam argüidas suas obras. Mas aquele que pratica a Verdade chega-se à Luz, para que suas obras sejam conhecidas, porque são feitas em Deus! “
Jesus é, pois, o Evangelho vivo! E esclarecendo que aquele ainda não era o momento das grandes revelações, Jesus disse (João, XVI, 12 a 15): “Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas não podereis compreende-las agora. Quando vier o Espírito da Verdade, Ele vos há de ensinar toda a Verdade, porque não falará de si mesmo mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos há de anunciar o que há de acontecer. Ele Me há de glorificar, porque receberá do que é Meu, e vo-lo anunciará. Tudo o que o Pai tem é Meu. Por isso, vos disse: Receberá do que é Meu e vo-lo anunciará!”
Nossa missão evangelizadora foi imposta por Jesus quando, logo após ressuscitado, apareceu aos apóstolos e lhes disse (Marcos, XVI, 15 e 16): “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a todas as criaturas. O que crer e for batizado, será salvo; porém, o que não crer, será condenado!”
E temos que nos empenhar em levar Jesus aos nossos irmãos, não só no Templo, mas onde estivermos, dando o exemplo vivo da Sua presença por nossas palavras, ações e reações.
Não somente falar do Evangelho, mas viver o Evangelho, amando a todos, fazendo o bem, praticando a caridade, sentindo-se feliz com a felicidade dos outros, fazendo com que aqueles que estejam perto de nós sintam a projeção de Jesus em nosso coração.
Em Lucas (VI, 46 a 49) está este trecho do Sermão da Montanha: “Mas por que me chamais vós: Senhor, Senhor, e não fazeis o que Eu vos digo? Todo o que vem a mim e ouve as minhas palavras e as põe em prática, eu vos mostrarei a quem é ele semelhante: é semelhante a um Homem que, para edificar sua casa, cavou profundamente e assentou os alicerces sobre a rocha; e quando veio a inundação, a torrente investiu impetuosamente contra aquela casa e não a pode mover, porque estava assentada sobre a rocha. Mas o que ouve e não pratica, é semelhante a um Homem que edifica a sua casa sobre terra movediça, na qual bateu, com violência, a corrente do rio, e logo caiu, e grande foi a ruína daquela casa.”
Só poderemos evangelizar e levar Jesus ao coração de um irmão se tivermos Jesus em nosso coração.
Hoje, no limiar da Nova Era, quando os materialistas e ateus aperfeiçoam seus métodos de exploração do Homem, buscando a valorização do dinheiro e do consumo em detrimento de doutrinas cristãs, por ação de mercenários se infiltrando e liquidando religiões e doutrinas elevadoras do espírito, torna-se imperiosa nossa ação como evangelizadores, mas não de forma impertinente ou fanática, e sim simples e sistemática, com amor e dedicação, exercendo-a o mais possível, em contatos individuais, em grupos, em aulas e em reuniões, e estimulando a evangelização do lar, para dar melhores condições aos espíritos reunidos em famílias, por seus laços cármicos, a enfrentarem seus reajustes e suas cobranças.
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