Amon.
Rei dos deuses, ele é o senhor dos templos de Luxor e Carnac. Tem por esposa Mut e por filho Khonsu. Sua personalidade formou-se por volta de 2000 a.C. e traz algumas funções de Rá: sob o nome de Amon-Rá, ele é o sol que dá vida. A época de Ramsés III, Amon tornou-se um monárquico, mesmo titulo que Ptah e Rá.
Amon-Rá representa perfeitamente a evolução da religião egípcia ao longo de sua história; Amon, deus de Tebas e libertador do Egito quando o país fora invadido pelos povos asiáticos chamados Hicsos, fundiu-se com o deus criador do universo, Rá, cultuado na cidade de Heliópolis desde o surgimento desta civilização.
Assim, após a vitória de Tebas contra os invasores no período que é convencionalmente conhecido como Segundo Período Intermediário egípcio ocorreu a fusão dos dois mais importantes deuses da religião egípcia.
Amon-rá, era visto como rei dos deuses e como força criadora de vida. É marido de Mut e pai de Khonsu. O seu nome significa "O Oculto". O seu principal centro de culto era a cidade de Iunu, no Norte do País (depois chamada Iunu-Ré, em sua honra), à qual os Gregos deram mais tarde ainda o nome de Heliópolis ("cidade do sol"), e que a Bíblia chama de On. Como uma das culturas agrícolas mais antigas e mais bem sucedidas da Terra, os antigos egípcios deram ao seu deus sol, Ra, a supremacia, reconhecendo a importância da luz do sol na produção de alimentos. Ao amanhecer, Rá era visto como uma criança recém-nascida saindo do céu ou de uma vaca celeste, recebendo o nome de Khepri.
Por volta do meio-dia Rá era contemplado como um pássaro voando ou barco navegando. No pôr-do-sol, Ré era visto como um homem velho descendo para a terra dos mortos, sendo conhecido como Atum. Durante a noite, Rá, como um barco, navegava na direção leste através do mundo inferior em sua preparação para a ascensão do dia seguinte. Em sua jornada ele tinha que lutar ou escapar de Apopis, a grande serpente do mundo inferior que tentava devorá-lo.
Rá foi adorado desde os tempos mais remotos da história do Antigo Egito, encontrando-se associado desde cedo à realeza. Segundo alguns relatos, Rá teria vivido em Heliópolis e teria governado o Egito antes do nascimento das dinastias históricas, sendo os faraós seus descendentes. O nome do primeiro rei da II dinastia, Raneb ("Rá é o senhor"), foi a primeira alusão registrada ao deus num nome real. No período da IV dinastia a referência ao deus entra na titulatura dos faraós através do nome de "filho de Rá" (Sa Rá), que Khafré emprega pela primeira vez. Na V dinastia os reis dedicam-se a Rá estruturas ao ar livre cujo ponto mais importante era um obelisco e que são conhecidas como templos solares.
A representação habitual de Rá era na forma de um homem com cabeça de falcão encimada pelo disco solar e pelo uraeus (serpente sagrada que cuspia fogo, destruindo desta forma os inimigos do deus), segurando nas mãos o ankh e o ceptro uase. Quando o deus realizava a sua viagem noturna ao mundo subterrâneo era representado como um homem mumificado com cabeça de carneiro (Efu Rá, "o sagrado carneiro do Oeste"). Poderia ainda figurar como uma criança real cuja cabeça emerge de um lótus. Rá tinha como emblema o obelisco que era considerado como um raio do sol petrificado. Na sua forma animal poderia encarnar como falcão, leão, gato, como touro Mnévis (o ba de Rá) ou no pássaro Benu.
Pensa-se que Amon seria um deus local de Hermontis. A referência mais antiga ao deus encontra-se nos Textos das Pirâmides que pertencem à época do Império Antigo. Nestes textos Amon surge como uma divindade menor, associada ao ar (brisa), protetor dos navegantes. A importância do deus cresceu após o Primeiro Período Intermediário, tendo atingido Tebas. Os reis do Império Médio, nomeadamente os Amenemhat fizeram de Amon o principal deus do Egito, atribuindo-lhe características de divindade solar. Assim, Amon foi identificado com o deus Ré (ou Rá) de Heliópolis, através da forma Amon-Ré. Amon também substituiu Montu como deus de Tebas.
A importância de Amon atinge o auge durante o Império Novo, após a derrota dos Hicsos. A família real tebana que expulsou aquele povo asiático tinha o deus em elevada consideração e assim se explica a importância de Amon no Império Novo.
O seu culto era tão importante nesta época que o deus se tornou o principal alvo a abater pelo faraó Akhenaton (também chamado Amenófis IV), que lançou uma reforma religiosa na qual Aton seria a única divindade que deveria ser adorada.
Durante os reinados de Tutankhamon, Ai e Horemheb, Amon voltou a ocupar o lugar de deus tutelar da dinastia. Com a invasão do Egito pela Assíria (671-663 a.e.c.) o deus não perdeu a sua importância. Por sua vez, os Núbios que tomaram conta do Egito, formando a XXV dinastia, eram adeptos do deus, preservando o seu culto.
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