O DESENCARNE
Terminado o curso na escola da Terra, o espírito deixa o corpo e penetra em outras dimensões. Como bagagem, ele leva consigo alma, e a conserva enquanto está a caminho. Para que a alma subsista ao desencarne ela separa do corpo físico parte do sistema nervoso, a estação central, onde todo o sistema da personalidade está concentrado.
Enquanto o espírito está ligado à alma, ele é obrigado a permanecer no campo vibratório dela e fica sujeito às leis que regem esse plano.
Da mesma forma que a alma se alimenta, no ser vivo, das energias sutis produzidas pelo corpo, ela continua se alimentando depois do desencarne. Como não tem corpo para seu sustento, ela passa a se alimentar de outros corpos e isso estabelece o relacionamento inevitável entre vivos e mortos.
Isso explica toda uma série de fatos estranhos que acontecem na Terra e que devem ser examinados com simplicidade, se quisermos nos equilibrar em relação ao todo.
O desencarne é simples e difícil ao mesmo tempo, e exige assistência, tanto no plano espiritual como em nosso plano. Se o paciente é bem ou mal assistido, isso depende da maneira como viveu.
O processo dura cerca de vinte e quatro horas, no desencarne considerado normal, isto é, o que se dá por moléstia. Depois do último suspiro, ou seja, a cessação do processo metabólico, o espírito deixa o corpo e se coloca pouco acima dele, em posição inversa relação à cabeça, se o paciente estiver deitado em decúbito dorsal.
A partir desse momento, começa a absorção do acervo da personalidade que acaba de morrer. Na medida em que o espírito vai recebendo os fluídos e emanações, ele vai formando um novo corpo, e este vai se distanciando do cadáver. Terminado o processo, o novo habitante do mundo invisível se afasta e o corpo inanimado entra em decomposição.
Nesse mundo, o espírito, com toda a bagagem, entra no estado semelhante ao do indivíduo que acabou de falecer. Ele ainda é considerado um cadáver, até que o destino tomado lhe dê condição de vivente do plano em que se encontra.
Essa é uma idéia generalizada sobre o desencarne. É preciso, porém, não esquecer que cada ser humano tem sua própria maneira de morrer, assim como teve a de viver.
Nesse processo, o sistema nervoso desempenha um papel importante. Como um esquema de memória, ele representa a base material onde se agrega o acervo recebido. Isso explica certas moléstias cármicas, que têm origem na existência anterior.
Se o desencarne se deu por outros meios que não a moléstia, digamos num desastre, o mecanismo é mais ou menos o mesmo. A diferença é que o desencarne se processa antes do ato traumático. A pessoa que dirige um carro que irá chocar-se dali a alguns instantes (ou mesmo horas), já tem o seu desencarne feito.
Livre do envoltório físico, o espírito é encaminhado a um lugar no espaço que, em nossa corrente, é chamado de Pedra Branca. Nesse lugar dimensional ele fica entregue a si mesmo, durante um tempo equivalente a sete dias da Terra. Ali ele chora, maldiz, rejubila-se, alegra-se ou se entristece, na medida em que vai tomando conhecimento do que lhe aconteceu. Seu despertar é o momento solene do exame de consciência sem as distorções do mundo sensorial e dinâmico.
Após esse período, em se tratando de uma criatura comum, o Mentor o apanha na saída e o traz para a superfície, em busca do fluído necessário para a viagem ao destino merecido.
Esse é o momento crítico do recém-desencarnado.
Se cumpriu seu destino e exauriu seu carma, ele abandona o plano físico e é levado para uma estação intermediária do etéreo, conforme a falange ou família espiritual a que pertence. Nessas casas transitórias ele se prepara para voltar ao planeta de origem, onde estava antes de vir à Terra.
Devido às condições difíceis desse período, o espírito é chamado de sofredor. Esse estado pode durar apenas alguns dias ou séculos. Isso depende somente dele. Se o Mentor não consegue encaminhá-lo logo após a volta de Pedra Branca, ele o deixa entregue ao próprio destino, pois terminou sua missão junto àquele espírito. Esse se torna, assim, um espírito errante, que vai, aos poucos, perdendo a identidade, atraído por outros espíritos nas mesmas condições, para as macumbas e ambientes semelhantes.
Há, pois, duas maneiras básicas de um espírito cumprir seu destino na Terra. A normal é a luta como ser vivo, com suas tramas, conflitos, reajustes, vitórias e derrotas, até a exaustão de todos os compromissos. A outra é a da fuga, do suicídio lento e ausência do aproveitamento das oportunidades evolutivas. Isso leva ao parasitismo e à dependência do meio ambiente, que resulta no desencarne com dívidas ainda por saldar.
Nessa condições, o desencarnado é obrigado a permanecer na Terra, e se torna um sofredor. Mas a misericórdia divina, ainda assim, lhe dá novas oportunidades, pois ninguém é abandonado nesse mundo de Deus.
Com os fluídos emanados do plexo solar dos médiuns de incorporação e com a doutrina fluídica dos médiuns Doutrinadores, ele consegue sua redenção, completa sua trajetória e vai se preparar para novas encarnações.
Continua… ESPÍRITOS SOFREDORES
FONTE: No Limiar do Terceiro Milênio
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