Certa vez dois grandes sábios e seguidores de Cristo partiram em uma peregrinação, chegando a uma pequena cidade, onde um povo cristão, feliz, os acolheu com carinho. Mas era grande a necessidade daquele povo, em que Jesus colocara, também, forças desiguais.
Os sábios mestres sentiram aquela grande necessidade mas, também, um toque de vaidade por se sentirem tão úteis àquele povo. Então, se perguntaram: Curar ou doutrinar aquela gente? Sim, curar, induzindo-lhes ao trabalho, pois todo aquele que se eleva no trabalho, gradativamente vai recebendo sua lição, a verdadeira lição com o amor extraído do palpitar de sua mente e de seu coração, e não a lição da teoria, mesmo que de velhos sábios, pois a lição de um sábio, ontem, pode ser hoje superada por uma magnífica manifestação de um discípulo.
O sábio mais velho partiu. O outro, não resistindo à sua vaidade, ficou e foi ensinar. Formou sua academia, limitando aquele povo aos seus conhecimentos. Enquanto isso, o que partiu jogou-se à prática, escrevendo, traduzindo, acumulando tudo o que via, e não teve tempo de aproveitar sua linguagem pois, de certa forma, era projetado e sempre superado por tudo que aprendia dos seus discípulos.
Por fim, já de volta, encontram-se os velhos sábios, e recebem a mais ardente das lições: o encontro com a Caridade! Aprender trabalhando e não ter a pretensão de saber. A dor é o espinho no coração do Homem. Após extraída, permite que desabrochem conhecimentos transcendentais de que nenhum mestre é capaz de transmitir.
Tia Neiva, s/d
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