Na medida em que o médium se desenvolve, vai caminhando para dentro de si mesmo e descobre um intrincado conjunto de fatores que complicam sua jornada - o Carma, que, em sânscrito, significa "ação".
No Carma se projetam obstáculos provenientes de nossas experiências mal sucedidas ou incompletas em outras vidas, sendo a consequência da Lei de Causa e Efeito, que preside todos aos nossos atos. Na verdade, temos que ter a consciência de que devemos pagar tudo quanto devemos por ações transcendentais bem como por aquelas que criam um carma adicional pelo mal cometido nesta reencarnação. Por isso nossa preocupação com praticar boas ações, levar a felicidade aos outros, enfim, buscarmos sempre fazer o Bem em todos os momentos de nossas vidas.
Infortúnios, doenças, crises morais e materiais, desastres, enfim, tudo o que foi planeado para nossa reencarnação no sentido de resgatarmos, da forma mais completa, nossos erros do passado, de forma inexorável, compõe o nosso Carma. São fatos pelos quais teremos que passar, obrigatoriamente, nesta vida, dificuldades que se sucedem como que em forma cíclica, buracos cavados por nós mesmos, nos quais teremos que cair. Pela influência do Carma, cada um de nós tem uma apreciação diferente para o mesmo fato. Por isso cada um tem uma visão particular do nosso mundo.
Existem muitas linhas que definem nossa vida neste plano como somente dores e sofrimentos, com a glória de alcançarmos planos superiores por compensação de nossa existência dolorosa. De nada, então, nos serviriam o amor e a caridade, e não haveria como alimentar nossas esperanças de momentos melhores. Nossa vida seria, deste modo, sentença terrível de um deus desnaturado.
A Doutrina do Amanhecer nos ensina que nossa trajetória foi planeada por nós mesmos, quando, na confecção do nosso plano reencarnatório, colocamos as provas e reencontros, as cobranças e os reajustes através dos quais, fortalecidos pelo amor, pela tolerância e pela humildade, buscaríamos nossa elevação espiritual, a caminho da Luz. Pela misericórdia de nosso Pai Celestial, nos foram dadas condições para atenuar essas quedas, tornar menos contundentes esses buracos, enfim, de diminuir nosso sofrimento pela evolução de nosso espírito. Assim, muito dependerá de nós mesmos - de nossos sentimentos, de nossos pensamentos, de nossas ações e de nossas palavras - aliviar o nosso Carma, conscientemente analisando as reais consequências das escolhas que fizermos em nossa jornada. Ou, caso contrário, se não quisermos evoluir, aumentamos nosso carma e passamos por maiores dores.
Quando vemos um pai que castiga seu filho por um erro que este cometeu, isso não significa que aquele pai não tem amor pelo filho. Na verdade, isso mostra que o pai está preocupado com a caminhada do filho, e está sendo enérgico da demonstração dos erros. Na nossa jornada, nosso carma é fruto dos nossos próprios erros, e é por eles que, pela Lei do Retorno, temos nossos sofrimentos. Assim, as dificuldades por que passamos são as reparações de nossos erros do passado, e não significam que Deus não nos ama. Ele, apenas, nos ensina e nos dá a oportunidade de os repararmos.
Na carta de Paulo aos Gálatas (6, 7) nos é dito: “Não vos iludais. De Deus não se zomba. O que o Homem semear, isso colherá!”
Quando se usa a mediunidade dentro da Lei do Auxílio, nos juntando a grupos que realizam trabalhos evolutivos, são geradas forças que transmutam as ligações cármicas, e passamos a ter todas as condições para nossa autotransformação, alterando de forma positiva nosso carma, isto é, melhorando as condições físicas, morais e espirituais de nossa encarnação, amenizando nossos vínculos com o passado e beneficiando a muitos irmãos, encarnados e desencarnados.
Quando, de alguma forma, fazemos o mal, agindo sob o impulso de falsos conceitos, fora da conduta doutrinária, quando usamos qualquer meio para prejudicar alguém física ou moralmente, estamos agravando nosso carma, nossas dificuldades.
É no Centro Coronário que se originam as manifestações e os registos que marcam nossa sensibilidade e envolvem, no físico, nossa atuação em encarnações passadas, refletindo-se no presente - nosso carma. Pela manipulação de energias, o Centro Coronário emana fluidicamente a alma, alimentando-a com irradiações energéticas, estimulando, vitalizando, gerando o BEM e o MAL, formando o carma pelas consequências felizes ou infelizes de nossos atos, pensamentos e palavras...
Há várias maneiras de nos colocarmos num sistema evolutivo de vida. Na Doutrina do Amanhecer encontramos um imensurável repositório de forças desobsessivas, e aprendemos a manipulá-las harmoniosamente, em trabalhos e rituais, de forma progressiva, atenuando nosso carma e beneficiando a todos, fazendo com que, pela nossa evolução espiritual, possamos nos libertar dessas influências transcendentais.
O carma não é castigo e, sim, uma forma de evolução, de aprendizado para o nosso espírito encarnado. É o nosso reajuste conosco mesmo e com a Espiritualidade Maior. Quando vivemos as várias experiências de uma existência, nossa consciência as regista de forma imperecível, no perispírito, passando-as para nosso espírito e compondo o carma de uma nova reencarnação.
A Lei do Carma ou de Causa e Efeito são regidos pelo princípio de que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória, isto é, a cada ação nossa, a cada maneira de ser, corresponde uma reação proporcional que retorna para nós mesmos. Quando cometemos um mal contra alguém, não é suficiente pedirmos perdão, pois a ação que praticamos causou um ferimento espiritual e gerou nosso comprometimento com alguém, o que nos enquadra na Lei de Causa e Efeito, a Lei do Carma, que nos rege tudo e a todos.
Na Epístola de Paulo aos Gálatas (6-1 a 5) há o ensinamento: Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e, assim cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove cada um o seu labor e, então terá motivo de glorificar-se unicamente em si e não em outro. Porque cada um levará o seu próprio fardo.
Temos que aprender a reconstruir nossa vida em função do conhecimento de nossa jornada cármica, buscando melhorar nosso relacionamento pessoal, profissional, amoroso e familiar, considerando passageiras todas as situações adversas e inquietações que nos aflijam; trabalhar na Lei do Auxílio independentemente de questões físicas ou materiais; projetar de forma positiva as forças do amor, da tolerância e da humildade, buscando o equilíbrio e a harmonia com os nossos Mentores.
Devemos nos policiar, sempre atentos à nossa consciência, entendo e aceitando as dificuldades que enfrentamos, prestando atenção nos quadros que nos envolvem, mantendo inalterada nossa intenção de progredir, sabendo que o futuro está sendo construído no presente, e estamos sujeitos, permanentemente, à ação de obsessor e cobradores que procuram nos desviar para os abismos ameaçadores de nossa estrada.
Tia Neiva fez muitas cartas individualizadas, esclarecendo a jornada de cada um, para melhor orientação e consciencialização dos reajustes cármicos. Eis um exemplo, em que o nome do destinatário foi oculto: Salve Deus, meu filho (....)! Você é um espírito espartano que se destacou pela força e coragem. Percorreu as planícies macedónicas na conquista de novos mundos e civilizações. Em Roma, foi Centurião, e impunha respeito pela força. Fez muitas desordens no Egito, provocando a queda da rainha e exterminando com a civilização egípcia.
Na França, participou ativamente na batalha da queda da Bastilha.
Quando Cigano, acompanhava Natacha e era, então, inteligente, astucioso e muito dinâmico. Foi deportado, no império de Dom Pedro, quando se perdeu nas desapropriações de direitos, desviando-se de suas obrigações e responsabilidades. Veio, então, no Angical, onde foi severo senhor de escravos, homem de grande fortuna e inteiramente voltado para os vícios e prazeres mundanos, jogos, bebidas, danças e roubos. Gostava de conquistas amorosas, sendo o causador de desajustes em muitos lares, e a cada dia destruindo seu próprio lar. Teve que fugir e abandonar toda a sua riqueza, porque, na Abolição, os negros libertos, que tanto haviam sofrido em suas mãos, queriam matá-lo. Sempre foi um espírito de fortuna e até hoje não se conforma com a riqueza perdida.
O que possui é concedido pela Providência. Procure não fazer inimigos, para não aumentar sua bagagem cármica. Destruiu toda a sua família e, por isso, sua principal missão, hoje, é se recuperar e se reajustar com seus familiares, que são os mesmos do passado. Procure cultivar e conservar tudo aquilo que Deus lhe concede a cada instante e, com a força do seu amor, vencerá mais esta batalha difícil do seu carma. Pai Seta Branca está lhe dando especial assistência e proteção, para que possua sempre, em seu íntimo, a paz e a tranquilidade, mesmo em meio às dificuldades que são comuns a todos nós que peregrinamos na Terra. A Mãe, em Cristo Jesus, Tia Neiva.
Pela força do nosso carma, muitas vezes nos aproximamos de alguém e sentimos um impacto desagradável, apesar de ser um primeiro encontro – pelo menos nesta vida! – e não entendemos essa estranha sensação de antipatia. É fruto da situação cármica, vibratória, que nos envolve na presença de um outro espírito com o qual termos reajustes a fazer, base desse fator muitas vezes avassalador que nos torna antipáticos sem qualquer motivo aparente. Isso é fato comum em nossa jornada, e precisamos estar atentos para contornar a situação sem agravar os atritos e, por conseguinte, agravar o nosso carma.
Tia Neiva sempre nos ensinou que, ao trabalharmos na força da Alta Magia, recebemos uma força magnética extra que nos ajuda em nossas passagens cármicas.
“Deus não castiga nem premia”. Dentro desta vida, nossos atos, são praticados por nós mesmos. Nós nos autopunimos, nos auto castigamos, nos auto elogiamos e nos auto engrandecemos.
É preciso perceber que o orgulho e a vaidade nos levam a nos colocarmos em posições, às vezes, querendo substituir o próprio Deus. Mas devemos nos lembrar de que não foi Deus quem fez isto ou aquilo, mas nós é que estamos fazendo a partir da obra que somos deste próprio Deus.
O limite de nossa ação é a nossa própria vida. Ninguém recebe além daquilo para que foi preparado para fazer. Todos nós temos o nosso roteiro de vivência e nada acontece por acaso, senão pela atração do charme e das linhas cármicas. Tudo está programado em nossas vidas.
Nada há que nos faça deixar de recorrer a Deus pelo fato de estarmos em falta, porque Deus é bondade e só nos traz a luz. A todo o momento podemos recorrer a Deus, porque, sem a energia divina, deixaremos de existir.
Mas é preciso abrir a oportunidade para que esta energia se manifeste. Se fecharmos os olhos de nossa alma e não estivermos conscientes deste Deus, a energia não penetrará em nós! (...)
O que vamos fazer no futuro depende do que estamos fazendo agora. Então, a Eternidade está sendo vivida neste instante. Tudo que quiserem tudo que desejar alcançar poderão pedir a Deus neste instante.
Vamos, pois, cuidar da nossa vida com esmero. Temos um sistema planetário, herança transcendental, coisas verdadeiras trazidas para nós, às quais teremos que corresponder.
Vamos viver, portanto, com intensidade, porque nós poderemos modificar todo o nosso destino, numa concentração dentro de um processo evangélico como, por exemplo, uma Contagem. (...)
É com o coração que nós temos que aprender. Não adianta mergulhar mais fundo do que aquilo que podemos ir. Temos que saber qual é o nosso tamanho. E não esqueçamos, nunca, que enquanto não liquidarmos com as coisas que estão ao nosso alcance, as coisas do nosso carma, não entenderemos a voz de Deus, que nos fala através de mil mensagens a cada dia!” (Mestre Tumuchy)
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