Paulo, um jovem médico, perdeu sua filha de oito anos.
Vivia pelos cantos, desesperado, porque, apesar de ser um Jaguar (espírito de Jaguar, mas não membro de nossa Doutrina), não acreditava na vida fora da matéria. Sofria terrivelmente a perda de sua filha. Passava horas com sua esposa ou em lugares escuros.
Certo dia, uma família espírita na qual Paulo nunca acreditara, ensinou-lhe o que fazer: uma pequena mesa forrada de branco, um copo com água, um pequeno jarro de rosas (de que a menina tanto gostava). E ali ficaram, à espera do que poderia acontecer.
Súbito, ouviu-se um soluço e, logo depois, a vozinha esperada, que disse: “Paizinho, vim buscar meu cordãozinho que o senhor me deu quando nasci! Sim, pai, lhe vejo todos os dias, quando está pensando em mim!...”
“Sim, filha! - disse o homem, que até então não acreditava - Vou buscar. Está no cofre...”
“Não, pai, já está no meu pescoço. O senhor não o encontrará mais! Voltarei, paizinho, para este lar tão logo me permita Deus!”
Paulo foi depressa ao cofre e não encontrou o cordãozinho. Só ele sabia que ninguém poderia abrir o cofre, pois só ele tinha a chave...
Quatro anos depois daquele ritual, uma linda menina de dois anos de idade lhe perguntava:
“Papai, onde está o meu cordãozinho?”
E, segurando a sua mão, o levou até o cofre.
Ela batia as mãozinhas, dizendo: “Abre! Abre!”
Paulo abriu o cofre e lá estava o cordãozinho, do mesmo jeito que o deixara, inclusive com um pequeno coração, também de ouro, que acompanhava o cordão. Ele conservava a marca do dentinho, mordido que fora pela menina.
Enquanto ela gritava: “Dá, dá, é meu!”, Paulo, trêmulo, beijava a pequerrucha, dizendo:
“Oh, meu Deus! Devolvestes a minha filha! Não tenho dúvidas...”
Paulo passou o resto de sua vida fazendo rituais, para achar e explicar a constituição da consciência.
Tia Neiva – sem data
Fonte: O Exílio do Jaguar – Mestre Kazagrande
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